sexta-feira, 6 de março de 2009

Soneto de Inês



Dos olhos corre a água do Mondego
os cabelos parecem os choupais
Inês! Inês! Rainha sem sossego
dum rei que por amor não pode mais.

Amor imenso que também é cego
amor que torna os homens imortais
Inês! Inês! Distância a que não chego
morta tão cedo por viver demais.

Os teus gestos são verdes os teus braços
são gaivotas poisadas no regaço
dum mar azul turquesa intemporal.

As andorinhas seguem os teus passos
e tu morrendo com olhos baços
Inês! Inês! Inês de Portugal

José Carlos Ary dos Santos, in Obra Poética

0 comentários:

Enviar um comentário