sexta-feira, 6 de março de 2009

Soneto de Inês



Dos olhos corre a água do Mondego
os cabelos parecem os choupais
Inês! Inês! Rainha sem sossego
dum rei que por amor não pode mais.

Amor imenso que também é cego
amor que torna os homens imortais
Inês! Inês! Distância a que não chego
morta tão cedo por viver demais.

Os teus gestos são verdes os teus braços
são gaivotas poisadas no regaço
dum mar azul turquesa intemporal.

As andorinhas seguem os teus passos
e tu morrendo com olhos baços
Inês! Inês! Inês de Portugal

José Carlos Ary dos Santos, in Obra Poética

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Súplica da linda Inês de Castro























"¿Posible es, señor, rey mío,
padre, que así me cerráis
la puerta para el perdón
que no lleguéis a mirar
que soy vuestra humilde esclava?
¿La vida queréis quitar
a quien rendida tenéis?
Mirad, Alfonso, mirad,
que aunque vos llevéis mis hijos,
y aunque abuelo seáis,
sin el amor de la madre
no se han de poder criar.
Ahora, señor, ahora,
ahora es tiempo de mostrar
el mucho poder que tiene
vuestra real Majestad.

¿Qué me respondéis, rey mío?"

Luís Vélez de Guevara, Reinar Después de Morir